O arrastão DENEB, registado em Aveiro, acabou de ficar em seco após a entrada no porto de Peniche. Segundo o que consegui ver, uma vez que o intenso nevoeiro apenas permitia uma visibilidade razoável até aos 20 mts, não existe perigo para a tripulação. Segundo informação recolhida no local junto de pescadores desta Cidade,  o sinal acústico (bezerra) no molhe Oeste há muito que não funciona e a luz de entrada situada no farol do Molhe Leste está há vários dias apagada, dificultando a tarefa das tripulações dos barcos que demandam este porto. A entidade marítima, presente no local, irá certamente esclarecer os motivos deste acidente.

                                     

Já não recordo o dia em que estes blocos apareceram espalhados por aí, depois de, inicialmente, terem sido colocados na rotunda do parque de campismo. O certo, é que já passaram muitos anos e eles por ali continuam, sem que um destino mais digno lhes seja facultado. Não existirão locais, a necessitar de algum embelezamento em Peniche, onde eles eventualmente pudessem ser colocados?

Não podia deixar passar em claro a partida de mais um grande Amigo. Ao responder a uma Amiga comum, lembrei-me  dum texto do grande poeta, Vitor Hugo; A vida não passa de uma oportunidade de encontro; só depois da morte se dá a junção; os corpos apenas têm o abraço, as almas têm o enlace. E é esse enlace que mais tarde vamos partilhar com ele e com todos os nossos que já partiram. É esta a mensagem que gostaria de partilhar com os meus Amigos.

Claro que nada se compara com as vagas de ontem, só que para nós de Peniche, a Nazaré não é propriamente aqui ao lado. Decidi arriscar e valeu a pena. Primeiro, porque o dia estava sensacional, os nazarenos são gente alegre, bem disposta, e que sabe receber os seus visitantes. As ondas grandes e o Garrett McNamara a querer fazer o seu melhor e o muito público a assistir, tornou o dia quase perfeito. Faltou o quase, mas mais uma semana e quem sabe?

Hoje, vou falar-vos sobre os Passos de D. Leonor, Cova de Dominique, se preferirem, e da famosa gruta pré-histórica da Furninha. Já tudo se escreveu sobre esta gruta mas, ainda hoje ao visitá-la, sente-se um arrepio pelo corpo. Primeiro, pelas recordações que nos assaltam e depois pelo risco inerente a essa visita, uma vez que a idade já não ajuda. Mas enfim, fiquei satisfeito por rever estes locais. Quem sabe, se no próximo verão, com o tempo seco, e com companhia, volto a fazer uma nova visita. É de cortar a respiração. Valeu o “pequeno” sacríficio.

 

Hoje, um dos locais preferidos na minha infância, é a chamada, FONTE DO ROSÁRIO. Esta fonte, datada do século XVIII, possivelmente de origem mourisca, está perfeitamente resguardada de algum vandalismo e continua linda como sempre. No corredor de acesso, ainda se pode ver um dos anéis em pedra onde os burros, que transportavam água da Fonte, eram presos. Lá em baixo, à direita, o túnel, não muito alto, mas suficientemente comprido para precisarmos de velas e lanternas e mesmo assim, não arriscarmos mais do que uns 100/150 metros pelo seu interior. Diziam-nos os mais velhos que este túnel teria ligação à Fortaleza. Nunca o chegámos a saber e agora, é tarde demais.

 

Um dia, gostaria de saber a quem poderá interessar o desleixo, em que algum do nosso património se encontra. Refiro-me em concreto, a uma determinada área geográfica em Peniche, rica e abandonada, acessível à destruição, aliás notória de ano para ano. Não sendo especialista na matéria, recordo os tempos de estudante, quando se falava de pentracrinus penichenses, belemnites, amonites e outras “ites”. Hoje, alguns desses fósseis, estão extintos ou em vias de extinção. Será que nada se pode fazer para evitar ou minorar esses “assaltos”? Responda quem souber.

 

Locais da nossa infância. Os dois ainda o são. Um mais do que o outro, mas ambos maravilhosos. São, na minha opinião, as maiores e mais bonitas grutas de Peniche. Fazem parte, não só das minhas memórias, como da memória de muitos vós.

Por vezes há objectos que parecem uma coisa e bem observados são outra. Neste caso, há já algum tempo que se vem observando, uma de três situações; ou o farol do molhe oeste está descaído para fora, ou os postes que servem de ponto de referência estão inclinados, ou ainda uma terceira hipótese, são os nossos olhos que pregam partidas. Uma coisa posso garantir, uma delas está correcta.

Vamos ter o Museu das Rendas. Ainda bem. É uma bela homenagem a todas as Rendilheiras desta Cidade. Aquando da candidatura a esta obra, no âmbito das Parcerias para a Regeneração Urbana, não creio ter havido esquecimento da “nossa” Biblioteca. Ou houve? Agora que o vendaval pôs a nu o “esqueleto” daquela que iria ser a nossa Biblioteca. Pode ser que se arranjem mais uns trocos e terminem o “”fato”” ao esqueleto.

Também Peniche foi fustigada esta noite e madrugada por ventos nível 8 a 9 na escala de Beaufort, chegando mesmo a atingir a escala 10. A Ilha do Baleal, foi uma das zonas mais afectadas pelo vento, tanto quanto consegui saber. Segundo as previsões, as melhorias deverão começar a aparecer, durante a tarde de hoje.

 Exposição no Centro de Recursos da Escola Secundária de Peniche, com o tema “ Bússolas e Equipamentos Náuticos”. Para os amantes das coisas do mar e não só, é uma visita a não perder.